Depoimento – Ana M. S. Kondo
Em 11 de janeiro de 2023, fui dormir com febre. Tomei dipirona e não dei muita atenção, mas no dia seguinte já não conseguia sair da cama, estava muito ofegante e cansada. Meu marido me levou ao hospital (essa é minha última lembrança).
Ao chegar lá, minha pressão estava em 4 por 2. Começaram a me estabilizar e me levaram para a UTI às 5 horas da manhã, onde fui entubada. Meus rins pararam de funcionar, e fiquei em hemodiálise por cerca de uma semana, em coma, e, segundo os médicos, com apenas 1% de chance de sobreviver. Descobriram que o foco da infecção era urinário, e, como precisei de doses muito altas de noradrenalina, minhas extremidades começaram a necrosar: pés, mãos, boca, nariz, e a ponta das orelhas.
Após 12 dias, fui transferida para o quarto, ainda me alimentando por sonda. Fiquei 25 dias com a sonda, e, após 50 dias, fiz a amputação de metade dos dois pés. Quinze dias depois, passei pela amputação de duas falanges e de sete dedos das mãos. Felizmente, o nariz, a boca e as orelhas voltaram ao normal, embora tenham ficado com algumas marcas.
Hoje levo uma vida “normal”: sou mãe, esposa, voltei a cuidar dos meus filhos, da casa, e voltei a dirigir. No entanto, quanto ao trabalho, não consegui me readaptar e estou em processo de aposentadoria.
Ana M. S. Kondo – Itaquaquecetuba/SP
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