O processo de alta de um paciente após uma doença séria como a sepse é um momento crítico que exige atenção e cuidado especial. Quando se inicia o plano de alta ? O que exatamente ele envolve? É fundamental compreender que a transição de cuidados desempenha um papel crucial nesse processo.
A transição de cuidados se refere a um conjunto de ações que garantem um cuidado coordenado e contínuo ao paciente. Quando a transição é bem executada, tem um impacto significativo na redução de reinternações, na diminuição do número de óbitos, na redução dos custos hospitalares e até mesmo na prevenção de eventos adversos relacionados à saúde. Nesse contexto, é essencial envolver ativamente os pacientes, suas famílias, cuidadores e profissionais de saúde.
Todos esses atores precisam se comunicar de forma eficiente e eficaz, garantindo a coordenação do cuidado. Para ilustrar a importância desse tema em escala global, os Estados Unidos, por exemplo, gastam cerca de 26 bilhões de dólares por ano em reinternações. Outros países também estão adotando políticas públicas e implementando estratégias de cuidado continuado e planejamento de alta.
O plano de alta deve ser iniciado assim que o paciente ingressa na instituição de saúde e deve ser interdisciplinar e multiprofissional desde o início. Além disso, ele deve ser centrado no ser humano, considerando aspectos físicos, mentais e cognitivos da saúde. O paciente deve desempenhar um papel central nesse processo, e é crucial envolver não apenas o paciente, mas também sua rede de apoio, com destaque para o enfermeiro.
O enfermeiro desempenha um papel fundamental ao viabilizar equipamentos e suprimentos, fornecer orientações de saúde à família e à rede de apoio e acompanhar todo o processo de transição. O Conselho Regional de Enfermagem já disponibiliza instrumentos que auxiliam nesse processo, como o Instrumento do Paciente para Segurança na Alta, criado em 2009. Esse instrumento contém perguntas que capacitam o paciente a continuar seu cuidado de forma informada, questionar sobre diagnóstico, tratamento, medicamentos e orientações para quando chegar em casa.
Além disso, as resoluções e leis reconhecem o papel essencial do enfermeiro no planejamento da alta, na execução e avaliação do programa de cuidados e a participação nas decisões do plano assistencial.
É importante destacar a crescente importância de cuidar da população idosa, já que as estatísticas projetam que, até 2030, o número de idosos ultrapassará o total de crianças entre 0 e 14 anos. No entanto, é comum que os idosos não participem ativamente das discussões sobre seu próprio planejamento de alta. Portanto, é fundamental incentivar a autonomia e a independência dessas pessoas nesse momento crucial.
Por fim, vale ressaltar que uma equipe multidisciplinar, por si só, não é suficiente para garantir um planejamento de alta eficaz. É necessário também promover a formação, o acompanhamento e a coordenação entre todos os níveis de cuidado para desenvolver um sistema de saúde sustentável, aumentar a qualidade da assistência e a satisfação tanto dos profissionais de saúde quanto dos pacientes. O papel da enfermagem nesse processo é fundamental para assegurar a continuidade do cuidado e o bem-estar dos pacientes após a alta hospitalar.
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