Pacientes que permanecem acamados por longos períodos na UTI, especialmente após quadros graves como sepse, podem desenvolver uma deformidade conhecida como pé equino varo. Essa condição se caracteriza por uma flexão plantar forçada e rígida do pé, dificultando a mobilidade e impactando diretamente na reabilitação.
O pé equino varo está frequentemente associado a alterações neurológicas. Ele ocorre devido a um desequilíbrio entre os tratos motores do sistema nervoso central, principalmente o trato piramidal e o trato extrapiramidal.
Em indivíduos saudáveis, esse equilíbrio permite que as articulações permaneçam em repouso em posição neutra, sem necessidade de esforço ativo. No entanto, quando há lesões neurológicas — ainda que periféricas — esse equilíbrio se perde. Com isso, os músculos flexores tendem a se tornar mais ativos ou enrijecidos, levando à deformidade do pé em flexão plantar.
Essa condição pode ocorrer em pacientes com:
O pé equino varo pode surgir mesmo sem uma lesão cerebral severa, sendo frequentemente resultado de complicações periféricas e da imobilidade prolongada.
A melhor abordagem é a prevenção precoce, antes que a deformidade se instale de forma rígida. Uma medida importante é o uso de órteses tipo AFO (Ankle-Foot Orthosis) — dispositivos que mantêm o tornozelo e o pé em posição neutra de 90°, evitando a progressão da deformidade.
O uso de AFOs deve ser considerado desde o início da internação em pacientes com risco de desenvolver desequilíbrios neuromusculares, principalmente em ambos os membros inferiores.
O tratamento varia conforme o grau de rigidez da flexão plantar:
Manter atenção à postura e mobilidade dos pacientes críticos, especialmente os que permanecem longos períodos acamados, é essencial para evitar complicações ortopédicas como o pé equino varo. A atuação preventiva e interdisciplinar faz toda a diferença na recuperação funcional desses pacientes.
Médico Ortopedista
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