Depoimento – Denise Andrade

No dia 20 de março de 2024, um surto de Influenza acomete a turma de um de nossos filhos, resultando na infecção de toda a nossa família. Embora meus filhos e eu tenhamos apresentado sintomas moderados, a situação do meu esposo se agravou rapidamente, menos de quatro dias após o início da febre. Com febre persistente, dor nas costas, diminuição da produção urinária e saturação de oxigênio em 90%, decidimos procurar atendimento médico.

A médica plantonista que nos atendeu solicitou a realização de radiografias e exames de sangue. A radiografia indicou uma pneumonia extensa, mas a médica prescreveu apenas um antibiótico oral e nos liberou após a utilização de Aerolin. Ao chegarmos em casa, por volta das 15 horas, a saturação de oxigênio do meu esposo havia caído para 86%, o que nos levou a retornar ao hospital imediatamente. Naquela quarta-feira, às 22 horas, foi reservado um leito na UTI, e às 3 horas da madrugada de quinta-feira, ele foi entubado e submetido à pronação devido ao comprometimento pulmonar severo.

Seguiram-se dias de intensa batalha, com quase 20 dias de intubação, seguidos de alguns dias com traqueostomia. Foram 26 dias na UTI, sem um diagnóstico preciso sobre a bactéria ou fungo que os médicos estavam combatendo, sendo a única cultura positiva para o vírus Influenza A. Era inacreditável que um vírus pudesse causar tanto dano a uma pessoa saudável. A sepse evoluiu rapidamente para choque séptico, reduzindo a expectativa de vida. No entanto, devido à sua juventude (41 anos), prática regular de atividades físicas e ausência de doenças pré-existentes, exceto uma asma controlada, os médicos da UTI da Unimed Novo Hamburgo foram incansáveis em seus cuidados, e ele sobreviveu.

Apesar das sequelas, com amputações nas pernas e dedos das mãos devido à necrose causada pelo uso de vasoconstritores, ele está em recuperação e se preparando para a colocação de próteses nos membros inferiores. Como tudo ainda é muito recente, estamos nos adaptando à nova realidade, lidando com o medo constante de doenças, já que inicialmente parecia ser apenas uma gripe. Ainda nos questionamos se o desfecho poderia ter sido diferente caso a primeira médica tivesse adotado um tratamento mais agressivo desde o início da sepse, que, a meu ver, já estava presente naquele momento.

Denise Andrade – São Leopoldo/RS

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