Depoimento – Raissa
Meu nome é Raissa Ruth Cardoso Alves , moro em São Luis do Maranhão.
No dia 13 de dezembro de 2021, após 24 horas de febre, fui diagnosticada com sepse. Recebi os primeiros atendimentos básicos, pois precisava com urgência de um leito na UTI. Era uma paciente rara, sem gripe, sem infecção aparente, ou nada que justificasse um problema tão sério.
Várias especulações e muito sofrimento. Vários medicamentos, exames e nada adiantava. 15 dias entubada, rins, fígado e pulmões comprometido em 85%. No dia 31 de dezembro de 2021 veio a extubação acidental (eu puxei os tubos). Foi aí que começou meu pesadelo. Acordei falando e sorrindo, porém rapidamente veio a dor, já não conseguia mais falar, me mover e deglutir.
Os técnicos de enfermagem que faziam meu banho leito me moviam com facilidade, eu mal me reconhecia. Por várias vezes em oração, pedi pra Deus ter misericórdia do meu sofrimento e me levar, eu só queria acabar com aquilo, era uma dor horrível. Meu corpo resistente a todos medicamentos e uma superbactéria urinária, que me fazia tremer de dor, que até sinto os barulho dos aparelhos, o aparelho de pressão que apertava meu braço de 20 em 20 minutos, os inúmeros exames e a dolorosa gasometria que era feita todos os dias.
Na época, eu fiquei conhecida como a incógnita do hospital, como a paciente nova que está numa situação de risco.
Com muita fisioterapia comecei a me movimentar, e as dores continuavam, porém com persistência, não desisti. A cada visita da minha mãe era uma nova oportunidade, e as frases de motivação e apoio me ajudaram.
Nesse processo toda a equipe hospitalar foi fundamental, dos serviços gerais à diretora da UTI, todos os dias recebia inúmeras visitas dessas pessoas e aos poucos fui me agarrando a cada palavra dita e orações que recebia.
Recebi alta da UTI para a enfermaria com isso pude ver o sol pela primeira vez em 30 dias, foi a melhor sensação do mundo depois de abraçar meu filho.
Hoje estou bem, não preciso de medicamentos e não tive outra internação depois desse episódio.. Minha família segue vigilante, pois foram dias terríveis.
A sepse é bem mais comum do que podemos pensar, ela mata de dentro pra fora e é crucial. O atendimento rápido, isso influencia totalmente no processo de recuperação.
Deixo aqui também, meus agradecimentos a toda equipe do hospital em que fiquei em São Luís do Maranhão, em especial ao médico, que não desistiu e foi importantíssimo nesse período, além de todos os fisioterapeutas que foram extremamente importantes.
A todos vocês desejo muita saúde.
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