Depoimento – Rebeca Santos
Oi, meu nome é Rebeca e tenho 32 anos. Em 2019, eu tinha 28 anos e fazia 4 meses que estava no pós-parto de uma cesárea, e comecei a ter febre e dor no corpo em casa. Como todos em casa também estavam doentes, pensei que também estivesse gripada e ia melhorar. Mas passaram 2 dias e não melhorei. Minha irmã, que estava em casa me ajudando, insistiu para que eu fosse ao hospital, pois, por estar amamentando, não era bom me automedicar.
Chegando no hospital, falei os meus sintomas e o médico também pensou que poderia ser um resfriado simples. No entanto, por estar amamentando, ele preferiu pedir um exame detalhado para saber exatamente o que eu tinha. Assim que saiu o resultado, o médico veio falar comigo com uma cara assustada, dizendo que não tinha boas notícias. Meu exame, além de mostrar que eu estava com anemia e infecção de urina, indicou também infecção no sangue e que eu precisava urgentemente ser internada.
Uma das piores partes como mãe foi ter que ficar longe do meu filho bebê, mas tinha que ser forte e enfrentar a situação. Fui transferida para um hospital melhor onde poderia ser internada. Chegando lá, fiquei na fila da triagem e sentei, pois não conseguia ficar de pé de tanta dor. Estava acompanhada do meu esposo e o hospital estava lotado, com muito barulho de pessoas falando. Depois de uns 30 minutos, falei para meu esposo que eu estava me sentindo estranha, que eu não conseguia ouvir e só escutava a voz dele bem longe. Foi aí que comecei a ter falta de ar e meu esposo pediu ajuda a um enfermeiro que estava por perto. Ele veio, tentou conversar comigo e meu esposo explicou toda a situação. O enfermeiro pegou uma máscara de oxigênio e colocou em mim e foi chamar a chefe da UTI.
Quando a chefe da UTI viu os resultados dos exames, solicitou que me colocassem na maca e que eu fosse para a UTI urgentemente.,. Depois de algumas horas, a enfermeira me explicou que estavam me dando um medicamento na veia, pois eu estava com sepse e que, para não agravar, estavam esperando meu corpo reagir ao medicamento.
Passei mais de uma semana na UTI fazendo muitos exames, tomando medicação e fazendo reabilitação. Assim que consegui me estabilizar, fiquei mais uma semana no quarto até poder voltar para casa. Foi muito difícil ficar longe da família e em cima de uma cama sem poder levantar, mas agradeço a Deus por não ter ficado com sequelas e por ter pessoas ao meu redor que me ajudaram, sejam os médicos, enfermeiros ou meus familiares que me visitavam e me diziam palavras de incentivo, afirmando que eu iria sair de lá com saúde e voltar para cuidar do meu bebê.
Isso me deixou mais alerta para não ignorar os sintomas do meu corpo. É melhor me preocupar e me cuidar do que ignorar e achar que pode não ser nada, pois a vida é uma caixinha de surpresas, não é mesmo?
Rebeca Santos – Jacareí, São Paulo
Envie o seu depoimento! Você é sobrevivente de sepse ou é familiar de alguém que foi vítima da sepse? Gostaria de deixar o depoimento do que aconteceu com você ou seu familiar? Basta preencher o formulário de contato clicando aqui!.