A sepse é uma condição médica grave que pode afetar profundamente o sistema imunológico, deixando o organismo mais vulnerável a novas infecções — inclusive após a alta hospitalar. Um tipo de infecção que merece atenção especial nesse contexto é a causada por fungos, conhecida como infecção fúngica invasiva (IFI).
Essas infecções, como a candidíase invasiva e a aspergilose pulmonar, podem comprometer seriamente a recuperação de quem sobreviveu à sepse, aumentando o risco de novas hospitalizações e até de mortalidade.
Nem todas as pessoas que passaram por sepse têm risco aumentado para infecções fúngicas, mas alguns fatores podem tornar esse risco significativamente maior. São eles:
A boa notícia é que, com atenção e cuidados adequados, é possível reduzir significativamente o risco de infecções fúngicas. Veja algumas estratégias importantes:
É essencial manter uma alimentação adequada, com alimentos frescos e bem higienizados. Deve-se evitar alimentos crus ou mal cozidos durante o período de recuperação, pois eles podem ser fontes de contaminação.
Pacientes em reabilitação muitas vezes seguem usando dispositivos como sondas e cateteres.
Nestes casos:
Fungos se proliferam em locais mal ventilados, escuros e abafados. Por isso, o ambiente onde o paciente está deve ser:
Sinais de que pode haver uma nova infecção incluem:
Diante de qualquer um desses sinais, é essencial buscar atendimento médico imediatamente. Quanto mais cedo o paciente for avaliado, maiores são as chances de um desfecho positivo.
Essas orientações são fundamentais para garantir uma recuperação segura e eficaz após um episódio de sepse. Com vigilância, apoio da equipe de saúde e cuidados contínuos, é possível reduzir o risco de complicações e promover uma reabilitação mais tranquila.
1) Centers for dissesse control and prevention. Risk factors for fungal disease. Disponível em:
https://www.cdc.gov/fungal/risk-factors/index.html
2) Donnelly JP, Chen SC, Kauffman CA, Steinbach WJ, Baddley JW, Verweij PE, Clancy CJ, Wingard JR, Lockhart SR, Groll AH, Sorrell TC, Bassetti M, Akan H, Alexander BD, Andes D, Azoulay E, Bialek R, Bradsher RW, Bretagne S, Calandra T, Caliendo AM, Castagnola E, Cruciani M, Cuenca-Estrella M, Decker CF, Desai SR, Fisher B, Harrison T, Heussel CP, Jensen HE, Kibbler CC, Kontoyiannis DP, Kullberg BJ, Lagrou K, Lamoth F, Lehrnbecher T, Loeffler J, Lortholary O, Maertens J, Marchetti O, Marr KA, Masur H, Meis JF, Morrisey CO, Nucci M, Ostrosky-Zeichner L, Pagano L, Patterson TF, Perfect JR, Racil Z, Roilides E, Ruhnke M, Prokop CS, Shoham S, Slavin MA, Stevens DA, Thompson GR, Vazquez JA, Viscoli C, Walsh TJ, Warris A, Wheat LJ, White PL, Zaoutis TE, Pappas PG. Revision and Update of the Consensus Definitions of Invasive Fungal Disease From the European Organization for Research and Treatment of Cancer and the Mycoses Study Group Education and Research Consortium. Clin Infect Dis. 2020 Sep 12;71(6):1367-1376. doi: 10.1093/cid/ciz1008.
3) Firacative C. Invasive fungal disease in humans: are we aware of the real impact? Mem Inst Oswaldo Cruz. 2020 Oct 9;115:e200430. doi: 10.1590/0074-02760200430.
Fato. Sobreviventes de sepse apresentam maior susceptibilidade para novas infecções nos primeiros meses após a alta hospitalar. Por isso, é fundamental a adesão a medidas preventivas como: evitar frequentar lugares fechados com grandes aglomerados de pessoas, manter as vacinas em dia, manter uma alimentação saudável, e realizar adequada higienização de mãos e alimentos.
Fake. A maioria das re-hospitalizações pós-sepse são preveníveis: novas infecções, toxicidade medicamentosa e descompensação de doenças crônicas são exemplos.
Fato. Pacientes com sepse que necessitaram de ventilação mecânica apresentam risco aumentado de distúrbios de deglutição. Estes distúrbios podem aumentar o risco de engasgos, pneumonia e desnutrição. Uma avaliação com fonoaudiologista é importante nesse contexto.
Fato. Reabilitação física se associa a melhora de sintomas de depressão e a melhora da qualidade de vida em sobreviventes de sepse.
Fake. Sobreviventes de sepse podem apresentar dificuldade de retorno ao trabalho e, também, custos aumentados devido a novas incapacidades (físicas, cognitivas ou de saúde mental). Esse cenário frequentemente se associa a estresse financeiro para as famílias de sobreviventes de sepse.
Médico intensivista titulado pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira, mestre e doutor em medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pós-doutor em ciências da reabilitação pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, pesquisador do Hospital Moinhos de Vento, membro do comitê executivo da Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva e membro do Instituto Latino Americano de Sepse.
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