Novas infecções
no sobrevivente da sepse



Embora não conheçamos completamente o mecanismo subjacente, é importante compreender que aqueles que superam uma infecção grave e persistente enfrentam um aumento no risco de novas infecções, mesmo que a infecção original que desencadeou a sepse tenha sido tratada e curada. Esse risco persistente pode perdurar por meses ou até anos após a sepse inicial e é tão significativo que as infecções representam a principal causa de hospitalização em pacientes com sepse, bem como a principal causa de mortalidade após hospitalização por doenças graves.

A questão que se coloca é: o que podemos fazer para prevenir essas novas infecções? Que orientações podemos oferecer aos pacientes que passaram por internações devido a infecções graves e estão se preparando para a alta hospitalar, visando manter sua saúde durante o período pós-desospitalização? Aqui estão algumas dicas valiosas:

  1. Manter a Vacinação em Dia: Certifique-se de que suas vacinas estejam atualizadas. Existem várias vacinas, tanto para crianças quanto para adultos, que podem ajudar a prevenir infecções. No caso dos adultos, as vacinas contra influenza e pneumocócicas são especialmente eficazes na prevenção de infecções graves. Consulte seu médico, verifique sua carteira de vacinação e discuta com sua equipe de saúde se outras vacinas podem ser apropriadas para sua situação clínica.
  2. Alimentação Saudável: Mantenha uma dieta equilibrada, rica em vegetais e frutas. Uma alimentação saudável ajuda a fortalecer o sistema imunológico. Além disso, é crucial manter a higiene dos alimentos em alta consideração, pois a negligência nessa área pode aumentar o risco de transmissão de agentes infecciosos.
  3. Atividade Física Regular: Praticar exercícios físicos regularmente é uma ótima maneira de fortalecer a imunidade. Não subestime o poder do movimento.
  4. Gerenciar Doenças Crônicas: Se você possui condições médicas crônicas, como hipertensão, diabetes, enfisema pulmonar ou cirrose, certifique-se de seguir rigorosamente o tratamento adequado. O controle adequado dessas doenças é essencial para evitar descompensações que possam predispor a infecções.
  5. Evitar Lugares Aglomerados: Em relação à prevenção de infecções, especialmente em pacientes que já enfrentaram a sepse, é importante evitar lugares lotados, especialmente em ambientes fechados, onde o risco de transmissão é maior. Se for necessário frequentar esses locais, o uso de máscaras protetoras pode ser benéfico.
  6. Reconhecer Sinais de Sepse: Em caso de suspeita de uma nova infecção, como infecção urinária, infecção de pele, pneumonia ou sinusite, não hesite em procurar seu médico o mais rápido possível. O tratamento precoce pode evitar que a infecção se agrave e se torne uma sepse. É crucial estar ciente de sinais de gravidade, como pressão arterial baixa, alterações na consciência, confusão mental, sonolência excessiva, piora do estado geral ou redução da produção de urina. Nesses casos, busque atendimento médico de emergência o mais rápido possível.

Lembrem-se de que quanto mais cedo a sepse for identificada, diagnosticada e tratada, maiores serão as chances de sobrevivência e de uma qualidade de vida satisfatória.


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Fato ou Fake sobre a sepse


  • Após hospitalização por sepse, existe risco aumentado de novas infecções.
  • A maioria das re-hospitalizações pós-sepse são inevitáveis.
  • O sobrevivente de sepse que necessitou de ventilação mecânica pode apresentar dificuldade de deglutição.
  • O engajamento do paciente em reabilitação física pode impactar positivamente em sua saúde mental.
  • A sepse não costuma causar impacto financeiro no período pós-alta hospitalar.
Após hospitalização por sepse, existe risco aumentado de novas infecções.

Fato. Sobreviventes de sepse apresentam maior susceptibilidade para novas infecções nos primeiros meses após a alta hospitalar. Por isso, é fundamental a adesão a medidas preventivas como: evitar frequentar lugares fechados com grandes aglomerados de pessoas, manter as vacinas em dia, manter uma alimentação saudável, e realizar adequada higienização de mãos e alimentos.

A maioria das re-hospitalizações pós-sepse são inevitáveis.

Fake. A maioria das re-hospitalizações pós-sepse são preveníveis: novas infecções, toxicidade medicamentosa e descompensação de doenças crônicas são exemplos.

O sobrevivente de sepse que necessitou de ventilação mecânica pode apresentar dificuldade de deglutição.

Fato. Pacientes com sepse que necessitaram de ventilação mecânica apresentam risco aumentado de distúrbios de deglutição. Estes distúrbios podem aumentar o risco de engasgos, pneumonia e desnutrição. Uma avaliação com fonoaudiologista é importante nesse contexto.

O engajamento do paciente em reabilitação física pode impactar positivamente em sua saúde mental.

Fato. Reabilitação física se associa a melhora de sintomas de depressão e a melhora da qualidade de vida em sobreviventes de sepse.

A sepse não costuma causar impacto financeiro no período pós-alta hospitalar.

Fake. Sobreviventes de sepse podem apresentar dificuldade de retorno ao trabalho e, também, custos aumentados devido a novas incapacidades (físicas, cognitivas ou de saúde mental). Esse cenário frequentemente se associa a estresse financeiro para as famílias de sobreviventes de sepse.


Regis Goulart Rosa
CRM-RS 31801

Regis Goulart Rosa

Médico intensivista titulado pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira, mestre e doutor em medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pós-doutor em ciências da reabilitação pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, pesquisador do Hospital Moinhos de Vento, membro do comitê executivo da Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva e membro do Instituto Latino Americano de Sepse.



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